domingo, 31 de agosto de 2014

Brisa

Por quanto tempo um amor pode durar?  perguntei ao velho sábio sentado ao lado da maior figueira já vista. Ele olhou-me com a tranquilidade e sabedoria de quem sabe compreender o silêncio do tempo e calmamente falou: amor não tem tempo. Enquanto teus olhos lerem os dele, compreenderes os medos que pairam somente em que ama, entenderás que o amor é a capacidade de ir  na brisa do vento escabelada, apaixonada em sentir. Olhou para baixo, alcançou para minhas mãos uma flor e com um pequeno gesto assoprou o que um dia eu chamei de proteção.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Cactus

E o cactus que cresceu e sobreviveu a tantas dores e desencontros e que gosta de sol e nele vê sua maior alegria, surge com a força de toda a sua fragilidade. Gosta do calor das relações,  gosta do silêncio do deserto. Vê em seus espinhos a coragem em mudar. E a flor quando desabrocha encanta àqueles de olhar sensível que conseguem ver além dos espinhos.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Contradição

      Sou assim menina da curva do vento, onde a vida é só movimento, sem retas, somente curvas sinuosas, com sobressaltos, lágrimas de mel e sal como disse certa vez um amigo. O tempo foge das minhas mãos, mas vou buscar, de alguma maneira, tentar segurá-lo entre meus dedos para que este movimento possa subverter a linearidade oculta da vida. Sou a provocação de tudo que pulsa em Mim.