quinta-feira, 17 de julho de 2014

negação

Ela encostou o rosto no ombro dos seus sonhos. Fechou os olhos buscando em suas lembranças a escuridão que professava o caos. Abrindo os olhos lentamente, enlaçou seus finos dedos nas mãos delicadas do amor da sua vida. Olhou fixamente em seus olhos, pronunciou palavras sem precisar nada dizer. Acolheu o medo do futuro visto no semblante daquele homem frágil ao afeto. Com um abraço amoroso acolheu a aflição do momento adivinhando o encantamento que ele sentia. Dormiram assim, exaustos, corpos colados, calados, suspirando a liquidez do momento único.

atentado

Ela entrelaçou suas pernas no sonho daquele homem. Seus corpos frágeis acolheram o desejo anoitecido. As cegas mãos buscavam a cumplicidade vista no amanhecer daquelas almas que encontraram o amor. Bocas ávidas calavam palavras, molhavam esperanças anunciando a loucura de um querer há muito tempo, atento.

domingo, 6 de julho de 2014

Asas

E a menina olhando pela janela viu um lindo par de asas através da pequena fresta da cortina do seu desejo. Num instante pensou: não poderei mais voar? Um sentimento de tristeza invadiu a alma daquela menina. Mas o que ela não compreendia é que tinha aprendido a deslizar, seus delicados pés, sobre o caminho construído dos seus sonhos.