terça-feira, 11 de novembro de 2014

Retorno

A menina aprendeu a ver o olhar de dentro. Descobriu que o olhar de dentro transforma,  ressignifica o pensar. Já o olhar de fora vê a vida de maneira singular, pensa a partir do que os outros veem sem perceber que o importante  é saber sentir  o que revela um novo olhar.

Hã!

Por mais difícil que pareça o fácil é esquecer-te!

Ousadia

Sempre ousei em dizer que te amava. Sempre ousei ao encontrar em teu olhar, meu olhar. Sempre ousei em esperar que o tempo trouxesse no vento teu ardor para mim. Sempre esperei por ti mas agora despeço-me como sombra que fui de mim mesma!

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

en con tro

         Pulsa em mim um desejo enorme de encontro. Um encontro inesperado. Um encontro desejado há muito tempo. Um encontro arrefecido pelas lembranças, aquecidos pelos desencontros e esperado pelo encanto. Encontro único, ímpar. Com palavras ditas e silêncios absurdos. Encontro de olhares profundos e conhecimento mútuo. Encontro comigo. 

Choro


           Um soluço profundo, um choro incontrolável anunciou que a menina havia crescido! Aprendeu a libertar suas emoções. Compreendeu que podia sempre mais. Mas também descobriu que, no momento, estava só!

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

dialética

Nesta construção dialética entre Ser, estar e permanecer compreendo que Somos a partir do instante que entendemos que estando na presença, permanecendo com ela nasce o que chamamos de Eu. O Eu formado pela pitada de cada olhar que passa em nossas vidas dando forma a um corpo vazio. Se somos a construção de todos como sermos Sós? Estar Só é um estado e não uma condição. Por isso, esta inquietude que sinto e trago impressa, tatuada em mim é a ponte entre querer Ser ou Estar. 
Sou a construção
a provocação
Sou o espanto
que aprendeu a ler
no corpo
o que não via, nem sentia.
Sou o que nunca pensei
Ajo como o Tempo
que tempera no vento
as saudades vividas

e as dores compreendidas!

sábado, 27 de setembro de 2014

O grito dado, pela menina silenciou a alma,
acomodando os sentimentos, 
aguçando os sentidos, 
inquietando as certezas de quem descobriu na loucura uma maneira lúcida 
de ser feliz!

domingo, 7 de setembro de 2014

Desarticulação

        E num abraço o medo desarticulou meu Ser. As certezas que antes pareciam certeiras viraram dúvidas.  Gosto da desarticulação que aponta o que há verdadeiramente por trás dos nossos medos infantis. Ao deparar-me com o medo reencontro na memória a permanência de alguns momentos. Reinterpreto o que vivi com a lucidez e a loucura de Ser quem sou.

domingo, 31 de agosto de 2014

Brisa

Por quanto tempo um amor pode durar?  perguntei ao velho sábio sentado ao lado da maior figueira já vista. Ele olhou-me com a tranquilidade e sabedoria de quem sabe compreender o silêncio do tempo e calmamente falou: amor não tem tempo. Enquanto teus olhos lerem os dele, compreenderes os medos que pairam somente em que ama, entenderás que o amor é a capacidade de ir  na brisa do vento escabelada, apaixonada em sentir. Olhou para baixo, alcançou para minhas mãos uma flor e com um pequeno gesto assoprou o que um dia eu chamei de proteção.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Cactus

E o cactus que cresceu e sobreviveu a tantas dores e desencontros e que gosta de sol e nele vê sua maior alegria, surge com a força de toda a sua fragilidade. Gosta do calor das relações,  gosta do silêncio do deserto. Vê em seus espinhos a coragem em mudar. E a flor quando desabrocha encanta àqueles de olhar sensível que conseguem ver além dos espinhos.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Contradição

      Sou assim menina da curva do vento, onde a vida é só movimento, sem retas, somente curvas sinuosas, com sobressaltos, lágrimas de mel e sal como disse certa vez um amigo. O tempo foge das minhas mãos, mas vou buscar, de alguma maneira, tentar segurá-lo entre meus dedos para que este movimento possa subverter a linearidade oculta da vida. Sou a provocação de tudo que pulsa em Mim.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

negação

Ela encostou o rosto no ombro dos seus sonhos. Fechou os olhos buscando em suas lembranças a escuridão que professava o caos. Abrindo os olhos lentamente, enlaçou seus finos dedos nas mãos delicadas do amor da sua vida. Olhou fixamente em seus olhos, pronunciou palavras sem precisar nada dizer. Acolheu o medo do futuro visto no semblante daquele homem frágil ao afeto. Com um abraço amoroso acolheu a aflição do momento adivinhando o encantamento que ele sentia. Dormiram assim, exaustos, corpos colados, calados, suspirando a liquidez do momento único.

atentado

Ela entrelaçou suas pernas no sonho daquele homem. Seus corpos frágeis acolheram o desejo anoitecido. As cegas mãos buscavam a cumplicidade vista no amanhecer daquelas almas que encontraram o amor. Bocas ávidas calavam palavras, molhavam esperanças anunciando a loucura de um querer há muito tempo, atento.

domingo, 6 de julho de 2014

Asas

E a menina olhando pela janela viu um lindo par de asas através da pequena fresta da cortina do seu desejo. Num instante pensou: não poderei mais voar? Um sentimento de tristeza invadiu a alma daquela menina. Mas o que ela não compreendia é que tinha aprendido a deslizar, seus delicados pés, sobre o caminho construído dos seus sonhos.

segunda-feira, 30 de junho de 2014

acaso?

No tempero da vida encontro a beleza em Ser. A cada pitada um novo sabor. Em cada sabor uma lembrança. Em cada lembrança um recomeço do que fui e do que sou. Olho para sombra dos nossos corpos. Ela denuncia o quanto te quero. Ela desvenda um amor cuidado por um encontro do acaso.

Azulado

Abri a porta para o instante da descoberta. Fechei os olhos esperando tua entrada. Tua presença marcou o tempo das nossas reticências, não acreditamos no ponto final. O eco dos nossos corpos dá vazão ao encontro silencioso. Nossas vozes sussurram o tom azul que imprimiu o encontro, amanhecemos em Nós!

domingo, 29 de junho de 2014

encontro


O gosto da tua boca na minha boca trouxe à memória sonhada um tempo em que a distância foi apenas uma desculpa para que nossos corpos encontrassem no vento o movimento certo de um até logo! 

sábado, 28 de junho de 2014

plural

O nó no peito anuncia a dor que está por vir. Busco estancar a vazão dessa emoção que chamo saudade. A minha saudade fica ali, num cantinho enviesado, esperando um vento para desdobrar-se. A medida que desdobra, sufoca a contenção libertando o amor em meus sonhos. Minha saudade aparece no espelho das minhas lembranças. A minha vida singular perdeu o encanto plural.

domingo, 15 de junho de 2014

janela

        A tristeza marca o tempo de um vento incerto que bateu na minha janela, sem pedir licença para entrar. Fechei os olhos e senti o vento forte acarinhando meu rosto. Puxei a cortina da razão para que este vento não encontrasse em meu caminho as lágrimas que deixei escapar. Por um tempo sei que este vento ainda trará lembranças minhas de um dia que fui vista com a janela do teu olhar.

suspiro da alma

        Percebi com o tempo que cada movimento tem o vento certo. Encontro no soprar de cada suspiro da minha alma o quão difícil é recomeçar. Precisei descortinar certezas, enganar o soluço da tristeza e resgatar o que sobrou de mim. Sei que as palavras fazem sentido no momento que dou vida à elas. Em cada palavra digitada um pouco de mim, revelada. Sou assim, inquieta, intensa em busca de respostas que não posso dar. Por isso espero, calmamente o vento que insiste em soprar trazendo você para mais perto das minhas lembranças que persistem em meu olhar. 

domingo, 8 de junho de 2014

distrair

E num sobressalto da minha alma inquieta observo a distração.  Engana-se quem acredita que estar distraído é apenas um ato de descuido.  Se prestarmos atenção no suspiro que dela advém,  descobriremos que ela revela onde realmente estamos de corpo e alma. Por isso, ao distrair-se delicie esta sensação de perder-se um pouco, abandonando certezas, abrindo espaços para grandes surpresas!

Hoje acordo com uma enorme saudade de Nós, dos olhares compartilhados,  das conversas inquietantes. Sinto uma saudade do Tempo vivido, mas roubado por nossos olhares fixados no espanto em amar.

delicatessen

Das teias que teço em meu viver encontro nós que delicadamente desato transformando-os em pequenos laços. Em cada laço um registro de sobrevivência.  Destes laços, desatados, descubro que ao abri-los encontro espaços para o inesperado, o surpreendente. Descubro no desdobrar da dor a esperança em recomeçar. 

Versus

Traduzo a minha vida em versos
que acalantam a dor sentida
que persiste em ficar.
Com a força de um vendaval
compreendo que não estou  mais
no mesmo lugar;

domingo, 1 de junho de 2014

Pari!

    Em meus devaneios nas madrugadas úmidas de lembranças palavras ecoam, embaralhando meus pensamentos e sono. Sem lógica elas começam a pular procurando a vida em busca de uma história a eternizar. Fecho os olhos, na tentativa de esquecê-las, mas esqueço que palavras são como filhos que precisam nascer através de nossas mãos, dedos. Necessitam ser abraçadas, acariciadas, compreendidas, paridas com a dor e temor vividas. Escuto o pulsar, o ritmo de cada letra no teclado. Juntas começam uma dança, dando vida a trilha da minha emoção!

impossível

       Somos seres que vivem para encantar o inesperado. Em cada curva uma possibilidade, em cada caminho uma história para revelar. Em cada trilha uma música a embalar seres que nasceram para sonhar. Em cada fim, o recomeço de Mim.

blues

    Encosto meu corpo cansado no teu. Sinto o pulsar da minha vida em teu peito. Me abraças com a delicadeza de um instante acalmando a solitude dissipada em sorrisos. Dois corpos exaustos pela trilha sonora do Blues. Eternizando, ecoando, entre os lençóis suados de vida, o encontro de um temor que eternizou um amor. 

textura

Liberto o verbo do passado 
conjugando meu futuro. 
substantivando a vida,
 aproximando os adjetivos que,
 pouco a pouco ganham corpo
 no meu texto 
que acabou de nascer.

rumo

     Vou viver na minha solidão as palavras que nunca disse. Vou viver as palavras não ditas, outras esquecidas, outras proibidas. Vou sem precipitar escutar o silêncio e descobrir o que quero viver. Vou sair por aí, ensandecida, e descobrir que nasço a cada descoberta de um jeito diferente. Sou muitas, sou várias, mas todas com o mesmo objetivo, não me perder! 

quinta-feira, 22 de maio de 2014

varanda

     Num lapso a solidão entregou  a alma livre nas mãos delicadas de afeto daquela mulher. O amor calado construiu uma linda rede na sacada da esperança em frente ao mar. Em cada balançar remexia lembranças, distraída ficava a contemplar a felicidade. Passos ternos  e lentos se aproximaram, ela não viu o Tempo passar!

poema em ti

      Ao ouvir a melodia da vida causa-me espanto o fugir! Até quando fugiremos das coisas simples sem tempo de olhar-mo-nos para nossos espelhos de sonhos, paralisados por medo de acordar. Acordei! Organizo o tempo do meu relógio, que conta os minutos que ainda não vivi, como um relicário guardado no abraço que transformou a desdobra das nossas mãos em poesia!

   A flor da minha pele descansa no desvio da minha emoção. No caminho, o que deixei para trás tem o tom de algo que não reconheço. Revisito minhas lembranças e tuas palavras confundem-se com as minhas, um emaranhado de Nós que, de repente, está só!

Querer

      Relendo meus poemas absorta em minhas incertezas, uma melancolia repousa em meu olhar de saudade. Febril de lembranças acolho em meus braços as tentativas que faço em manter-me distante. Dou colo para o vazio, dou memória para o vão. Transpiro palavras que inquietam e saboreiam a dor. Amanheceu em mim uma saudade tua que teço com maestria o que chamo de amor.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Falta

     Tento compreender, na saudade sentida, a tua ausência. A saudade desnuda a minha razão. Busco no meu silêncio e nas minhas palavras a tradução do que sinto. Teço a cada dia uma nuvem de sonhos que preencho com as lembranças do que vivemos.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

terra


      Ela busca o entendimento, com as mãos ávidas, na terra fresca, marrom, úmida. Com gesto de desespero busca algo que não sabe aonde enterraram. Quem enterrou? O que enterrou? Ela só sabe que precisa achar o que foi perdido. Precisa encontrar o que está embaixo da terra tão fértil aos olhos. Com as mãos cansadas pega um ancinho para facilitar a busca. De tanto mexer e remexer na terra, um capim verde cheiroso e frondoso cresce aos olhos. Passam os dias e a busca incensante não tem fim. Nada foi achado, também não tinha ideia do que estava realmente procurando. Fechou os olhos, encostou seu rosto cansado e ouviu o que nunca tinha sentido naquele capim verde que anunciava uma descoberta. O que procurava estava sempre aos seus olhos, dentro dela, cultivado, cuidado e bem guardado. Teu amor!

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Falando do amor


     Falo de amor! Um amor que encontra no Nó o início do elo construído. Amo o que reconheço de mim em ti e descubro que amo mais ainda, o que não vejo. Amo o teu oculto mistério que desacomoda e encanta o meu espanto. A lembrança colada com ousadia não quer esquecer. Os silêncios que leio calam certezas e sorriem para a dúvida. Traduzo em versos a poesia que vejo em Ti.

silenciando



    A parte que ficou, pedaço de Mim contigo desacomodou pedaço de Mim, comigo. Buscando nos momentos de ausência a presença sentida e vivida. Sinto saudade da possibilidade que sonhamos juntos um Nós, sem nada declarar!

Tristeza


   Busco em minhas lembranças a narrativa de mim. Surpreendo-me com teu olhar narrando meu olhar silencioso de ti. Sinto que nossa narrativa desacomoda a esperança. Pesando sobre o futuro uma decisão passada que não pode escutar o presente, por isso, ressente de Nós!

quarta-feira, 30 de abril de 2014

sonhos


Ela chegou de mansinho, encostou seu corpo delicado no dele e sussurrou que podiam recomeçar.  No quarto, pequenas velas iluminavam o refúgio que o vento escolheu para libertar as palavras transcritas em versos. Ele com o olhar amoroso,  artesão das palavras, ouvia atento cada som saído pelos lábios daquela mulher e criava lindas imagens tatuadas pelo corpo. O que antes era dor e lágrima agora, transformada em lindos versos. O som que libertou a dor virou poesia!
Ele olha para ela e compreende que o poema que pousa nos olhares reflete o que é lido no corpo nu, vestido por transparências de sonhos  que um dia sonharam juntos.

Te quero!

Ela deitou seus cabelos emaranhados no travesseiro dos sonhos. Com seus dedos finos tentou sentir o que atravessava sua alma. Chovia dentro da sua emoção e machucadamente percebeu que o Tempo, numa contagem regressiva, anunciava a distância e aproximava a solidão. Desejava surpreender os Nós que os emaranhados assombravam com estranheza. Sentia no estranho certa beleza! Mas seus dedos delicados teciam uma inquietude que revelava: esquecer é desistir. Com um suspiro de poesia encontrou a nudez e a mudez de uma emoção, transbordando a grandeza em querer!

domingo, 13 de abril de 2014

Te amo

A flor da minha pele
desliza suavemente
pela tua pele delicada.
Olho em teus olhos
adormecendo a dor
que só um grande amor
pode compreender.



  

Meu

Queria estar perto
olhar em teus olhos,
segurar em tuas mãos
e dizer o quanto
meu amor é teu
também!

terça-feira, 1 de abril de 2014

amor


   O pai acaricia a mão da menina. Seus dedos passam delicadamente entre os dedos dela. No roçar ele imagina os caminhos que de mãos dadas poderiam ainda percorrer. Quantos sonhos dividiram? Quantas alegrias? Quantos abraços selaram o maior amor sentido? Porém num pequeno sopro, a vida pegou um vento invertido. Voou sozinha para um lugar que seu pai não podia acompanhar. A vida silenciou em algum canto.                                                               

ilusion


  Todo o movimento cria uma sensação de mudança, porém, em muitos momentos, estamos caminhando com os mesmos passos. Ilusão!

é ou não...


Quando tudo parece que é vem um sopro e mostra que viver sem compreender, às vezes, é o melhor remédio!

licença


  Quando busco compreender a pausa que incita uma esperança, vejo no olhar de quem perde uma vida, que esperança é apenas uma licença poética! 

suspiro

A pausa entre um suspiro e outro chamo de esperança!

segunda-feira, 17 de março de 2014

matinal

Acordei com o gosto doce do teu beijo. Olhei para a janela e o dia iniciava com um lindo amanhecer. Lembrei do teu sorriso, das conversas ao pé da cama, dos corpos incendiados num abraço inesquecível. Lembrei da tua perna roçando delicadamente minha coxa. Vi teu olhar de sonhos. Li teus lábios silenciosos. Ouvi tuas palavras escritas que somente o Tempo sabia interpretá-las. Interpretei o gemido soprado. Olhei para o lado, sonhava contigo.

Vivendo...

     Busco em minhas lembranças a emoção do acalanto. Busco no que vivi respostas para perguntas que ainda não fiz. Busco na loucura que estou vivendo o entendimento de que nem tudo tem uma explicação. Busquei hoje a calmaria depois da tempestade. Encontrei forças no teu olhar que revela através das minhas palavras e da tradução do que sinto, um pouco de serenidade para ler que a vida, inconstância do Tempo, merece mais uma chance.

contornos

    Às vezes não compreendemos os escuros contornos que pincelam a nossa vida. Às vezes é difícil aceitar o que seres não tão humanos são capazes de fazer por impulso. Às vezes o dedo na ferida faz sangrar lembranças que deveriam estar na sacada do sonho. Só espiando o horizonte. Mas às vezes é muito importante descobrir que ainda existem pessoas tão humanas que causam espanto a quem admira a coragem de ser afeto.

Tradução

    Em cada Nó desatado busco a imperfeição. O que saiu errado. O que não vi. O que não compreendi. Desatar para ressignificar. Ressignifico minha dor para que o entendimento tome a frente e paralise-a. A dor devora meus sonhos mas revelam também aquilo que não tem tradução!

sexta-feira, 14 de março de 2014

rota

Ao mergulhar na imensidão do meu vazio
encontro lembranças que vivi intensamente
e outras que procuro esquecer.
Tenho em mim um olhar especial
que traduz com verdade o que sou.
Este olhar de encantamento e admiração
propõe a vida linear um desvio, uma nova rota.
Calço meus pés e desafio o vazio a revisitar
novas emoções.

domingo, 2 de março de 2014

creio

    Gosto dos tons que revelam a noite em mim. Gosto das lembranças que dá voz aos meus dias. Gosto do silêncio que cala uma certeza dando espaço para a dúvida. Gosto do escuro que revela a luz dos meus dias. Gosto de cada tristeza revelada em alegria, em viver. Gosto de estar feliz! Gosto do ir e vir do mar que encantam o suspiro do poeta. Gosto do que ainda não escrevi, da ideia em ebulição. Gosto da pausa que acolhe um amor. Gosto do silêncio que nada diz mas tudo compreende-se. Gosto de caminhar sozinha em busca de uma nova trilha silenciosa, inquieta, profunda. Gosto das pessoas que amam sem julgar. Não compreendo um olhar que aniquila sem dar chance a possibilidade. Gosto de acreditar que amanhã será diferente. 

jornada

Iniciamos uma jornada ao som de uma música trocada por e-mail. A música só fazia sentido cantarolada por ele. E para ele o cantarolar só tinha significado porque ela havia escrito com amor. Cada palavra dela escrita era desvendada, revelada e interpretada pela alma dele. Sairam sem rumo cantarolando amor e muita paixão.  O medo, refém de outrora, deu espaço para a canção que com sua melodia e leveza ritmou aquele casal. Ela sorri envergonhada, percebe a interpretação dele ao cantar suas letras. Só ele conseguia entender que foi os vãos do tempo sofridos por ela que deram espaço para que ele pudesse assoviar a melodia do vento que agora soprava um som de esperança.  

open

A porta abriu lentamente e um aroma disfarçava a tristeza do olhar. Entrei buscando encontrar as flores que marcariam o início do fim. O cheiro daquela sala vazia trazia a lembrança de um tempo de muitos silêncios, desencontros e reflexões. Andei devagar por cada peça despedindo-me. Em cada parede um traço marcado do que fui. Em cada vão a passagem para o novo. Não encontro nada além de ecos. Retorno com medo de ouvir passos que possam prender um desejo. Inicio um novo andar pé por pé. 

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Building

   Nos espaços vazios da minha casa, aos poucos os móveis vão chegando. Um sofá e uma pequena poltrona ganham vida na minha história a partir de agora. Os espaços agora tão vazios revelam que são só meus. Preciso deste silêncio. Preciso destes espaços! Eles iniciarão um diálogo descobrindo meus quereres, minhas dores e amores. Aos poucos vou construindo uma nova história carregada de lembranças vividas mas também de momentos sonhados. Olho para a parede ainda branca sem retoques, sem espelhos, sem molduras. Fixo meu olhar e imagino o que nela posso criar! Estou feliz, este espaço em construção... metáfora de mim!

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

casa

Os buracos que tenho não preencho!
     Preciso de cada um deles assim vazios para que possa revisitá-los e esconder-me um pouco. Quanto mais buracos encontro, mais tenho certeza que cada vão vivido é um oportunidade de crescimento e de profundo entendimento de quem sou. Tem dias que acordo e vejo qual dos buracos está pulsando mais. Aos poucos entro devagarinho, aconchego-me nele, concha, e escuto no silêncio as lembranças que precisam de um colo. Aprendi a dar colo às minhas dores. Aprendo a compreender meus vazios ao invés de querer desesperadamente preenchê-los com algo que não seja Eu. A cabeça encolhida faz o movimento de um caracol, volto para casa mais uma vez!

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

idade

Onde fica a nossa saudade? 
A minha saudade está em todos os momentos vividos intensamente, 
está nas lembranças que trago na alma. 
A  minha saudade é leve com um pequeno apertar no peito. 
A minha saudade é poema em teu olhar. 
Hoje a minha saudade é ausência.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Tenho

     Tenho interesse pelas pequenas coisas. Tenho amores só meus. Tenho medos que não conto nem pra mim. Tenho sonhos que gostaria de compartilhar. Tenho um silêncio quieto intrigante, pulsante que provoca o pensar. Tenho muitas ideias, mas poucos planos. Não gosto de planejar, quiçá porque tenha uma certa implicância por caminhos traçados, gosto de rotas alternativas. Tenho uma saudade que não sara, mas que convivo harmoniosamente com ela. Tenho uma transgressão ruidosa que desperta minha curiosidade perante a vida. Tenho uma dor que encanta o caos do meu olhar dando um sentido que eu ainda não tinha percebido. Tenho uma pausa que traduzo em poesia para que alguém possa decifrá-la.

Presença



A saudade está em todos os momentos vividos,  
está nas lembranças que trago na alma. 
A minha saudade é leve com um pequeno apertar no peito.
A minha saudade é poema em teu olhar. 
Hoje a minha saudade é ausência.  

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Futuro do presente

Façamos assim: 
esqueceremos o tempo que cobra, entenderemos o vento que sopra, ouviremos o silêncio que liberta. Acordaremos os sonhos adormecidos, compreenderemos o desejo instigado, acalantaremos a impaciência com nossos braços seguros. 
Abriremos a cortina dos olhares tão nossos e viveremos o agora. 
O Amanhã? 
Apenas possibilidade!

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

acorda

O gosto do beijo quente dos teus lábios
encorajou meu sonho
a despertar a realidade.

miragem

Tenho em mim uma saudade tão grande
que sonho de olhos abertos
e acordo com os olhos fechados
pensando o tempo todo
em tudo que não vivi.

sábado, 18 de janeiro de 2014

Revelar

        Gosto da dobra do teu olhar que espia o meu pensar. Gosto da dobra que mudou meu caminho. Gosto da dobra do teu sorriso. Gosto da dobra do suspiro que revelou um amor. Gosto da dobra do tom da canção que anuncia o que sinto. Gosto da dobra da tua boca quando sussurras meu nome. Gosto do som que escuto quando estás a pensar. Gosto da proximidade que temos mesmo distante pois amar é compreender a desdobra da saudade.   

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

tempo de amar

De tempos em tempos consulto meu olhar para compreender qual o instante em que me apaixonei.  De tempos em tempos, busco uma razão,  um motivo. De tempos em tempos, fecho meus olhos para recriar o momento que descobri que te amar é como caminhar entre as ondas do mar.  Intenso e suave como espuma. 

amor

Com as mãos estendidas pra ti
entreguei meu sonho.
Com teu olhar sereno
compreendi que o Tempo
de um amor não tem prazo
é feito de pequenos gestos
que não precisam de palavras
apenas de um olhar 
naquele instante!


terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Feliz sempre que possível*

Viver é saborear cada instante como único; é celebrar o nascimento de uma nova ideia, de um sonho, de uma conquista, de uma alegria, de uma tristeza, de um certeza, de uma dúvida,  de uma desilusão,  de um sopro, de uma intuição, de um amor, de uma ilusão. Viver é dançar uma nota, um tom, uma canção de re começo onde a alegria é um momento e não uma obrigação! Que sejamos felizes a partir dos nossos encontros e que cada desencontro seja  rota de um novo caminho.
Tenho interesse pelas pequenas coisas. Tenho amores só meus.  Tenho medos  que não conto nem pra mim. Tenho sonhos que gostaria de compartilhar. Tenho um silêncio quieto intrigante, pulsante que provoca o pensar. Tenho muitas ideias, mas poucos planos. Não gosto de planejar, quiçá porque tenha uma certa implicância por caminhos traçados, gosto de rotas alternativas. Tenho uma saudade que não sara, mas que convivo harmoniosamente com ela. Tenho uma transgressão ruidosa que desperta minha curiosidade perante a vida. Tenho uma dor que encanta o caos do meu olhar dando um sentido que eu ainda não tinha percebido. Tenho uma pausa que traduzo em poesia para que alguém possa decifrá-la.