Ela une o mar com seu
olhar. Pega pelo instante do inesperado, algo totalmente sedutor e
desconcertante, descobre que é mais sensível e livre do que pensara.
Pergunta-se frequentemente: Que espaço é esse que criei do lado de dentro que
não para de crescer?
Ela tem uma embriaguez diapasã,
enamora o Tempo de separação, num intervalo de si. Insinua ao Vento o que
sente, devir!
O Vento sem compreender
indaga?
O que passa?
E ela que une o mar ao
teu olhar respondeu:
Tudo me acontece! Tudo me
toca! Legitimo o que sinto! Em cada palavra a construção da desconstrução
necessária. Vivo em um grande espiral. Inicio em pequenas voltas, mas num
impulso de desejo e lucidez mergulhei profundamente onde pensava não estar.
Descobri que preciso demorar-me, despretensiosamente, para compreender aquele
instante que tu, vento fugaz, não compreendeu.
O que importa então?
Pergunta, curioso, o vento.
Descobrir quais sonhos
nos sustentam! Quais loucuras são sãs!
Quais espaços ocupam nossos silêncios.
O Vento, sem pressa,
responde: Ah! Descobriste o Tempo de dar-se ao teu amor.
Sim! Me coloquei em
frente ao Sol!