Jasmim

Fechei os olhos

para te ter mais perto

adormeci.

Olho pela janela

e vens trazendo em tuas mãos,

minhas lembranças.

Ao te abraçar

reconheço o aroma de jasmim

que invadiu a sala

percorreu meu corpo

silenciou a alma.

Com tuas mãos firmes

acenas o instante da memória esquecida

registro de nós.

Minhas lágrimas percorrem

um tempo já conhecido

sussurras a minha dor

cheguei muito perto de Mim.

Só mais um pouco!

Nesta manhã ensolarada

senti tua presença,

num gesto de desespero

tentei segurar minha lembrança

para que pudesse olhar em teus olhos

e dizer o quanto preciso

um pouco mais de Mim!

gata do mato!

Eu sonhei

que secavas minhas lágrimas

que caiam

lentamente pelo teu rosto.

Com a mão leve e alma

em conflito

dizias para eu partir

Estiquei meus braços

para alcançar teus sonhos

acariciei teus lábios

para realizar os meus.

Lambo as cicatrizes

que persistem

em Mim!

Monólogo à dois!

Amo o que não é óbvio

sinto o que quero

professo palavras

minhas

somente minhas

Olho ao redor

em cada espaço

palavras ditas,

em cada vão

sentimentos

desconhecidos afloram

melancolia

traduzida em silêncio

silencio minha voz

escuto teu silêncio

conversa de nós dois!

direção

Quero sair correndo

cabelos ao vento

a procura de mim

Quero gritar bem alto

o mais distante que conseguir

para ver se consigo me ouvir

quero escutar uma música

dançar loucamente

freneticamente

pra ver se

esqueço

amar

mar

ar

sombras do luar

Nos instantes de silêncio

reverencio o luar

que reflete em meu corpo

as sombras

que tento compreender.

ainda dor

A tristeza insiste

resiste na alma

reside na dor profunda

que tenta compreender

o que nem sempre

pode-se entender.

Quiça o amor

esmaeceu,

perdeu a cor.