segunda-feira, 20 de outubro de 2014

dialética

Nesta construção dialética entre Ser, estar e permanecer compreendo que Somos a partir do instante que entendemos que estando na presença, permanecendo com ela nasce o que chamamos de Eu. O Eu formado pela pitada de cada olhar que passa em nossas vidas dando forma a um corpo vazio. Se somos a construção de todos como sermos Sós? Estar Só é um estado e não uma condição. Por isso, esta inquietude que sinto e trago impressa, tatuada em mim é a ponte entre querer Ser ou Estar. 
Sou a construção
a provocação
Sou o espanto
que aprendeu a ler
no corpo
o que não via, nem sentia.
Sou o que nunca pensei
Ajo como o Tempo
que tempera no vento
as saudades vividas

e as dores compreendidas!

sábado, 27 de setembro de 2014

O grito dado, pela menina silenciou a alma,
acomodando os sentimentos, 
aguçando os sentidos, 
inquietando as certezas de quem descobriu na loucura uma maneira lúcida 
de ser feliz!

domingo, 7 de setembro de 2014

Desarticulação

        E num abraço o medo desarticulou meu Ser. As certezas que antes pareciam certeiras viraram dúvidas.  Gosto da desarticulação que aponta o que há verdadeiramente por trás dos nossos medos infantis. Ao deparar-me com o medo reencontro na memória a permanência de alguns momentos. Reinterpreto o que vivi com a lucidez e a loucura de Ser quem sou.

domingo, 31 de agosto de 2014

Brisa

Por quanto tempo um amor pode durar?  perguntei ao velho sábio sentado ao lado da maior figueira já vista. Ele olhou-me com a tranquilidade e sabedoria de quem sabe compreender o silêncio do tempo e calmamente falou: amor não tem tempo. Enquanto teus olhos lerem os dele, compreenderes os medos que pairam somente em que ama, entenderás que o amor é a capacidade de ir  na brisa do vento escabelada, apaixonada em sentir. Olhou para baixo, alcançou para minhas mãos uma flor e com um pequeno gesto assoprou o que um dia eu chamei de proteção.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Cactus

E o cactus que cresceu e sobreviveu a tantas dores e desencontros e que gosta de sol e nele vê sua maior alegria, surge com a força de toda a sua fragilidade. Gosta do calor das relações,  gosta do silêncio do deserto. Vê em seus espinhos a coragem em mudar. E a flor quando desabrocha encanta àqueles de olhar sensível que conseguem ver além dos espinhos.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Contradição

      Sou assim menina da curva do vento, onde a vida é só movimento, sem retas, somente curvas sinuosas, com sobressaltos, lágrimas de mel e sal como disse certa vez um amigo. O tempo foge das minhas mãos, mas vou buscar, de alguma maneira, tentar segurá-lo entre meus dedos para que este movimento possa subverter a linearidade oculta da vida. Sou a provocação de tudo que pulsa em Mim.