quarta-feira, 20 de março de 2019








Somos o que completa.
Somos o que desacomoda,
 o que sussurra,
 o que ousa,
 o que estranha.
 Somos a provocação de um instante!
Chris






domingo, 9 de dezembro de 2018

    Ela deitou seus cabelos, emaranhados, no travesseiro dos sonhos. Com seus dedos finos tentou sentir o que atravessava sua alma. Chovia dentro da sua emoção; percebeu que o Tempo, numa contagem regressiva, anunciava a distância e aproximava o desconhecido. 
   Desejava surpreender os Nós que os emaranhados assombravam com estranheza. Sentia no estranho certa beleza! Seus medos, delicados, teciam inquietude e revelava: esquecer é desistir. Parou!  
  Com um suspiro de poesia encontrou a nudez e a mudez de uma emoção, transbordando a grandeza em querer!


segunda-feira, 8 de outubro de 2018



Ela une o mar com seu olhar. Pega pelo instante do inesperado, algo totalmente sedutor e desconcertante, descobre que é mais sensível e livre do que pensara. Pergunta-se frequentemente: Que espaço é esse que criei do lado de dentro que não para de crescer?
Ela tem uma embriaguez diapasã, enamora o Tempo de separação, num intervalo de si. Insinua ao Vento o que sente, devir! 
O Vento sem compreender indaga?
O que passa?
E ela que une o mar ao teu olhar respondeu:
Tudo me acontece! Tudo me toca! Legitimo o que sinto! Em cada palavra a construção da desconstrução necessária. Vivo em um grande espiral. Inicio em pequenas voltas, mas num impulso de desejo e lucidez mergulhei profundamente onde pensava não estar. Descobri que preciso demorar-me, despretensiosamente, para compreender aquele instante que tu, vento fugaz, não compreendeu.
O que importa então? Pergunta, curioso, o vento.
Descobrir quais sonhos nos sustentam! Quais loucuras são sãs!  Quais espaços ocupam nossos silêncios.
O Vento, sem pressa, responde: Ah! Descobriste o Tempo de dar-se ao teu amor.
Sim! Me coloquei em frente ao Sol!

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Os olhares provocam,
o silêncio revela.
Abri uma fresta para o desconhecido
ao mergulhar
no olhar vívido daquela
criança. 

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Olhando nos olhos rasos de quem calou fundo a alma ela soprou suas lembranças. Um frescor de saudade invadiu o peito apertado. Olhou lentamente as memórias perdidas no tempo, procurou nas ranhuras da porta parte de sua história. Surpresa percebeu que a porta estava entreaberta.

segunda-feira, 13 de junho de 2016


O instante tem toque de demora.
Ele passa suavemente por nós. Toca o rosto deixando marcas de quem passou.
Toca a alma traduzindo em saudade o que deixou.
Toca o amanhã, esperança de quem viveu.
A demora é sábia. Faz transcrever a inspiração da pausa.

sábado, 9 de abril de 2016


     Ela esperava o silêncio. Acordou os sonhos para a vida. Ainda sentia o vento frio que saíra da boca daquele que um dia amou. Amou tanto que não percebeu o quanto afastava-se dele. O amor que um dia selou um encontro e uma esperança, tornou-se a bagagem. Essa foi a palavra que ecoava no tempo e no vento que soprava nos cabelos desalinhados. A vida construída, os medos, as alegrias, os sonhos desfeitos e outros tantos construídos, as vivências, o olhar de encanto no momentos que faziam amor. O toque, os suspiros, as pernas entrelaçadas, a pulsação, o coração... resumido em bagagem. Ela saiu caminhando sem olhar para o hoje. Pegou sua mala. Cuidadosamente teceu elos de ontem, hoje e amanhã. Escolheu cores lindas com nós desatados e outros tantos a atar. Sabia que a vida não caberia toda na mala. Seguiu pela estrada sentindo o calor da tristeza do olhar. Sentiu uma mão a roçar na alça da mala. Alguém que gostava, tanto quanto ela, da bagagem. Alguém que via encanto em descobrir também o que ali não estava guardado. Um contador de histórias, poeta das entrelinhas.