domingo, 2 de março de 2014

open

A porta abriu lentamente e um aroma disfarçava a tristeza do olhar. Entrei buscando encontrar as flores que marcariam o início do fim. O cheiro daquela sala vazia trazia a lembrança de um tempo de muitos silêncios, desencontros e reflexões. Andei devagar por cada peça despedindo-me. Em cada parede um traço marcado do que fui. Em cada vão a passagem para o novo. Não encontro nada além de ecos. Retorno com medo de ouvir passos que possam prender um desejo. Inicio um novo andar pé por pé. 

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Building

   Nos espaços vazios da minha casa, aos poucos os móveis vão chegando. Um sofá e uma pequena poltrona ganham vida na minha história a partir de agora. Os espaços agora tão vazios revelam que são só meus. Preciso deste silêncio. Preciso destes espaços! Eles iniciarão um diálogo descobrindo meus quereres, minhas dores e amores. Aos poucos vou construindo uma nova história carregada de lembranças vividas mas também de momentos sonhados. Olho para a parede ainda branca sem retoques, sem espelhos, sem molduras. Fixo meu olhar e imagino o que nela posso criar! Estou feliz, este espaço em construção... metáfora de mim!

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

casa

Os buracos que tenho não preencho!
     Preciso de cada um deles assim vazios para que possa revisitá-los e esconder-me um pouco. Quanto mais buracos encontro, mais tenho certeza que cada vão vivido é um oportunidade de crescimento e de profundo entendimento de quem sou. Tem dias que acordo e vejo qual dos buracos está pulsando mais. Aos poucos entro devagarinho, aconchego-me nele, concha, e escuto no silêncio as lembranças que precisam de um colo. Aprendi a dar colo às minhas dores. Aprendo a compreender meus vazios ao invés de querer desesperadamente preenchê-los com algo que não seja Eu. A cabeça encolhida faz o movimento de um caracol, volto para casa mais uma vez!

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

idade

Onde fica a nossa saudade? 
A minha saudade está em todos os momentos vividos intensamente, 
está nas lembranças que trago na alma. 
A  minha saudade é leve com um pequeno apertar no peito. 
A minha saudade é poema em teu olhar. 
Hoje a minha saudade é ausência.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Tenho

     Tenho interesse pelas pequenas coisas. Tenho amores só meus. Tenho medos que não conto nem pra mim. Tenho sonhos que gostaria de compartilhar. Tenho um silêncio quieto intrigante, pulsante que provoca o pensar. Tenho muitas ideias, mas poucos planos. Não gosto de planejar, quiçá porque tenha uma certa implicância por caminhos traçados, gosto de rotas alternativas. Tenho uma saudade que não sara, mas que convivo harmoniosamente com ela. Tenho uma transgressão ruidosa que desperta minha curiosidade perante a vida. Tenho uma dor que encanta o caos do meu olhar dando um sentido que eu ainda não tinha percebido. Tenho uma pausa que traduzo em poesia para que alguém possa decifrá-la.

Presença



A saudade está em todos os momentos vividos,  
está nas lembranças que trago na alma. 
A minha saudade é leve com um pequeno apertar no peito.
A minha saudade é poema em teu olhar. 
Hoje a minha saudade é ausência.  

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Futuro do presente

Façamos assim: 
esqueceremos o tempo que cobra, entenderemos o vento que sopra, ouviremos o silêncio que liberta. Acordaremos os sonhos adormecidos, compreenderemos o desejo instigado, acalantaremos a impaciência com nossos braços seguros. 
Abriremos a cortina dos olhares tão nossos e viveremos o agora. 
O Amanhã? 
Apenas possibilidade!