domingo, 1 de junho de 2014

Pari!

    Em meus devaneios nas madrugadas úmidas de lembranças palavras ecoam, embaralhando meus pensamentos e sono. Sem lógica elas começam a pular procurando a vida em busca de uma história a eternizar. Fecho os olhos, na tentativa de esquecê-las, mas esqueço que palavras são como filhos que precisam nascer através de nossas mãos, dedos. Necessitam ser abraçadas, acariciadas, compreendidas, paridas com a dor e temor vividas. Escuto o pulsar, o ritmo de cada letra no teclado. Juntas começam uma dança, dando vida a trilha da minha emoção!

impossível

       Somos seres que vivem para encantar o inesperado. Em cada curva uma possibilidade, em cada caminho uma história para revelar. Em cada trilha uma música a embalar seres que nasceram para sonhar. Em cada fim, o recomeço de Mim.

blues

    Encosto meu corpo cansado no teu. Sinto o pulsar da minha vida em teu peito. Me abraças com a delicadeza de um instante acalmando a solitude dissipada em sorrisos. Dois corpos exaustos pela trilha sonora do Blues. Eternizando, ecoando, entre os lençóis suados de vida, o encontro de um temor que eternizou um amor. 

textura

Liberto o verbo do passado 
conjugando meu futuro. 
substantivando a vida,
 aproximando os adjetivos que,
 pouco a pouco ganham corpo
 no meu texto 
que acabou de nascer.

rumo

     Vou viver na minha solidão as palavras que nunca disse. Vou viver as palavras não ditas, outras esquecidas, outras proibidas. Vou sem precipitar escutar o silêncio e descobrir o que quero viver. Vou sair por aí, ensandecida, e descobrir que nasço a cada descoberta de um jeito diferente. Sou muitas, sou várias, mas todas com o mesmo objetivo, não me perder! 

quinta-feira, 22 de maio de 2014

varanda

     Num lapso a solidão entregou  a alma livre nas mãos delicadas de afeto daquela mulher. O amor calado construiu uma linda rede na sacada da esperança em frente ao mar. Em cada balançar remexia lembranças, distraída ficava a contemplar a felicidade. Passos ternos  e lentos se aproximaram, ela não viu o Tempo passar!

poema em ti

      Ao ouvir a melodia da vida causa-me espanto o fugir! Até quando fugiremos das coisas simples sem tempo de olhar-mo-nos para nossos espelhos de sonhos, paralisados por medo de acordar. Acordei! Organizo o tempo do meu relógio, que conta os minutos que ainda não vivi, como um relicário guardado no abraço que transformou a desdobra das nossas mãos em poesia!