Por quanto tempo um amor pode durar? perguntei ao velho sábio sentado ao lado da maior figueira já vista. Ele olhou-me com a tranquilidade e sabedoria de quem sabe compreender o silêncio do tempo e calmamente falou: amor não tem tempo. Enquanto teus olhos lerem os dele, compreenderes os medos que pairam somente em que ama, entenderás que o amor é a capacidade de ir na brisa do vento escabelada, apaixonada em sentir. Olhou para baixo, alcançou para minhas mãos uma flor e com um pequeno gesto assoprou o que um dia eu chamei de proteção.
Transformo dores, amores e sonhos em poesia vivida!
domingo, 31 de agosto de 2014
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
Cactus
E o cactus que cresceu e sobreviveu a tantas dores e desencontros e que gosta de sol e nele vê sua maior alegria, surge com a força de toda a sua fragilidade. Gosta do calor das relações, gosta do silêncio do deserto. Vê em seus espinhos a coragem em mudar. E a flor quando desabrocha encanta àqueles de olhar sensível que conseguem ver além dos espinhos.
sexta-feira, 22 de agosto de 2014
Contradição
Sou assim menina da curva do vento, onde a vida é só movimento, sem retas, somente curvas sinuosas, com sobressaltos, lágrimas de mel e sal como disse certa vez um amigo. O tempo foge das minhas mãos, mas vou buscar, de alguma maneira, tentar segurá-lo entre meus dedos para que este movimento possa subverter a linearidade oculta da vida. Sou a provocação de tudo que pulsa em Mim.
quinta-feira, 17 de julho de 2014
negação
Ela encostou o rosto no ombro dos seus sonhos. Fechou os olhos buscando em suas lembranças a escuridão que professava o caos. Abrindo os olhos lentamente, enlaçou seus finos dedos nas mãos delicadas do amor da sua vida. Olhou fixamente em seus olhos, pronunciou palavras sem precisar nada dizer. Acolheu o medo do futuro visto no semblante daquele homem frágil ao afeto. Com um abraço amoroso acolheu a aflição do momento adivinhando o encantamento que ele sentia. Dormiram assim, exaustos, corpos colados, calados, suspirando a liquidez do momento único.
atentado
Ela entrelaçou suas pernas no sonho daquele homem. Seus corpos frágeis acolheram o desejo anoitecido. As cegas mãos buscavam a cumplicidade vista no amanhecer daquelas almas que encontraram o amor. Bocas ávidas calavam palavras, molhavam esperanças anunciando a loucura de um querer há muito tempo, atento.
domingo, 6 de julho de 2014
Asas
E a menina olhando pela janela viu um lindo par de asas através da pequena fresta da cortina do seu desejo. Num instante pensou: não poderei mais voar? Um sentimento de tristeza invadiu a alma daquela menina. Mas o que ela não compreendia é que tinha aprendido a deslizar, seus delicados pés, sobre o caminho construído dos seus sonhos.
segunda-feira, 30 de junho de 2014
acaso?
No tempero da vida encontro a beleza em Ser. A cada pitada um novo sabor. Em cada sabor uma lembrança. Em cada lembrança um recomeço do que fui e do que sou. Olho para sombra dos nossos corpos. Ela denuncia o quanto te quero. Ela desvenda um amor cuidado por um encontro do acaso.
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