quinta-feira, 21 de novembro de 2013

maybe


Talvez eu queira ficar
sozinha
talvez eu queira 
companhia.
Talvez eu saia 
por aí
talvez eu queira
encontrar um lugar.
Talvez eu tenha
que ir
talvez tu queiras que eu vá!
Talvez eu queira
somente um olhar
de quem sabe
fazer lindos penteados
soltos pelo ar!

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

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Com o tempo aprendi a contemplar
a vida através dos nossos olhares.
Hoje acordei, 
de olhos fechados.

madrugada



Sento na minha rede e balanço a minha solidão. Ela precisa ser acalantada para sentir-se leve. A melancolia que ela traz no seu balançar remexe a emoção. Olho para as minhas lembranças que a cada dia ficam mais distantes de mim. Um rosto que aos poucos vai ficando embaçado, uma voz que ecoa com o som, mas sem o tom. A emoção traduzida na palavra que sela os momentos vividos intensamente. Sei falar mais da dor do que de amor. Apesar de ter sido por amor que entendi a dor. Paradoxo do viver! Acendo a vela e o incenso, as letras conseguem traduzir em palavras o que chamamos de solidão. Não tenho com quem compartilhar o som. Abro uma coca cola. A pouca luz faz com que os pensamentos fiquem mais leves, não gosto da escuridão. O movimento da chama aquece minha alma. O silêncio absoluto é interrompido com a estridulação do grilo que canta para quebrar a monotonia da noite. Revisito meu olhar para compreender o meu espanto e a minha intimidade com a solidão. Ouço Norah Jones, Adele e entendo que o meu espanto está em descobrir que estou acompanhadamente só.

querer

Com o sopro do Vento
compreendo que a ausência
é a melhor compreensão
do Tempo 
em que te quero! 

Autorretrato


Olho para a tela em branco. Busco a inspiração revisitando meus sonhos. As primeiras pinceladas faço num tom de esperança. Descubro em cada traço marcado, pichado na tela a revelação das marcas silenciosas expostas em meu corpo. Solto o pincel! Não quero nada entre mim e a criação. Com as mãos sujas de tinta deslizo delicadamente meus dedos fazendo pequenos borrões. Curiosamente leio em cada borrão um pouco do que vivi. Sonhos achados e perdidos misturam-se às lembranças vividas e recriadas, Afetos que dão forma a um corpo Só.
Fixo meu olhar na tela semipronta, um aparente caos de cores acabam por trazer a lucidez poética. A tela inacabada suscita contornos abstratos que o tempo moldou com os olhos da alma. Reconheço na obra, algo muito familiar

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Ao teu lado

Um homem busca freneticamente o sentido da sua existência. O medo ora visto como infantil toma a proporção de uma calmaria assustadora, medo compreendido em silêncio. Seus dias e noites sopram o desejo febril de mudança. Fecha os olhos e descobre que necessita desapreender algumas certezas para estar Só ao lado dela.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

teia

A mulher Teia lê na compreensão
dos buracos,
 deixados por ti,
o encerramento do entrelaçamento
que um dia chamou de sonhos
e ele de escolhas.