Ela encostou o rosto no ombro dos seus sonhos. Fechou os olhos buscando em suas lembranças a escuridão que professava o caos. Abrindo os olhos lentamente, enlaçou seus finos dedos nas mãos delicadas do amor da sua vida. Olhou fixamente em seus olhos, pronunciou palavras sem precisar nada dizer. Acolheu o medo do futuro visto no semblante daquele homem frágil ao afeto. Com um abraço amoroso acolheu a aflição do momento adivinhando o encantamento que ele sentia. Dormiram assim, exaustos, corpos colados, calados, suspirando a liquidez do momento único.
Transformo dores, amores e sonhos em poesia vivida!
quinta-feira, 17 de julho de 2014
atentado
Ela entrelaçou suas pernas no sonho daquele homem. Seus corpos frágeis acolheram o desejo anoitecido. As cegas mãos buscavam a cumplicidade vista no amanhecer daquelas almas que encontraram o amor. Bocas ávidas calavam palavras, molhavam esperanças anunciando a loucura de um querer há muito tempo, atento.
domingo, 6 de julho de 2014
Asas
E a menina olhando pela janela viu um lindo par de asas através da pequena fresta da cortina do seu desejo. Num instante pensou: não poderei mais voar? Um sentimento de tristeza invadiu a alma daquela menina. Mas o que ela não compreendia é que tinha aprendido a deslizar, seus delicados pés, sobre o caminho construído dos seus sonhos.
segunda-feira, 30 de junho de 2014
acaso?
No tempero da vida encontro a beleza em Ser. A cada pitada um novo sabor. Em cada sabor uma lembrança. Em cada lembrança um recomeço do que fui e do que sou. Olho para sombra dos nossos corpos. Ela denuncia o quanto te quero. Ela desvenda um amor cuidado por um encontro do acaso.
Azulado
Abri a porta para o instante da descoberta. Fechei os olhos esperando tua entrada. Tua presença marcou o tempo das nossas reticências, não acreditamos no ponto final. O eco dos nossos corpos dá vazão ao encontro silencioso. Nossas vozes sussurram o tom azul que imprimiu o encontro, amanhecemos em Nós!
domingo, 29 de junho de 2014
encontro
O gosto da tua boca na minha boca trouxe à memória sonhada um tempo em que a distância foi apenas uma desculpa para que nossos corpos encontrassem no vento o movimento certo de um até logo!
sábado, 28 de junho de 2014
plural
O nó no peito anuncia a dor que está por vir. Busco estancar a vazão dessa emoção que chamo saudade. A minha saudade fica ali, num cantinho enviesado, esperando um vento para desdobrar-se. A medida que desdobra, sufoca a contenção libertando o amor em meus sonhos. Minha saudade aparece no espelho das minhas lembranças. A minha vida singular perdeu o encanto plural.
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