(...) Mas as falsas sombras me perseguem, fixo o olhar na parede fria e azulada, que por entre as frestas aparecem. Seus movimentos soam contínuos e minhas lembranças aceleram ainda mais. As falsas sombras que vejo recorrem a minha ilusão em tê-lo. Estou petrificada, mas a silhueta é de uma dança já conhecida. Dois amantes a procura do achado, perdidos nos abraços e beijos intermináveis, línguas que sem pudor desvelam o amor e a dor de não ser Sombra...imagem real ou irreal? Movimentos alucinantes de mãos percorrendo corpo, corpo percorrendo formas... oco...sufoco..louco..ouço a transpiração da vida, vida de sombra. Sendo forma disforme não reconheço e nem pode ser reconhecida. Mas lá no íntimo sei que estas sombras foram vida, pulsação, ação, tesão... paixão.
Agora são apenas sombras que assombram meu adormecer.(...)
Agora são apenas sombras que assombram meu adormecer.(...)
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